junho 07, 2010
Falar Merda
O leitor Jota pediu um post sobre o hábito curioso das pessoas falarem muito e não dizerem nada, sendo capaz até de falar por horas sem ter dito absolutamente coisa alguma.
Jota, seu pedido me lembrou um ótimo livrinho chamado "Sobre Falar Merda". O autor, filósofo da comunicação, diz que é impossível viver em sociedade sem aprender uma série de manhas de como falar merda. Ele defende que a falação de merda é uma forma de enrolar sem mentir ofensivamente, de persuadir sem manipular diretamente, de convencer sem argumentos.
Nesses tempos de propaganda eleitoral da TV e de discursos do Dunga, penso que é importante compreender melhor o comportamento "falar merda".
Em termos Linguísticos, o falar-merda está relacionado a função enfática da linguagem, que é aquela que preza pela continuidade do vínculo de comunicação, muitas vezes em detrimento da qualidade da mesma. Em outras palavras, quando você não sabe o que dizer e diz qualquer coisa só para manter o ouvinte preso.
Em termos comportamentais, diria que o falar-merda é uma forma reforçar a audiência a partir do próprio ato da fala, em detrimento de reforçadores tais como utilidade da fala em si.
OBS: Talvez por isso tenha nascido o termo "Falar merda", em contraste com "Falar algo bom"; quando se fala algo bom, o ouvinte pode 'comer' o que você disse, mas quando se fala algo inútil... bem, hmmm, ele não pode comer, pois já é merda.
Quer um exemplo de pura falação de merda?
Jota, seu pedido me lembrou um ótimo livrinho chamado "Sobre Falar Merda". O autor, filósofo da comunicação, diz que é impossível viver em sociedade sem aprender uma série de manhas de como falar merda. Ele defende que a falação de merda é uma forma de enrolar sem mentir ofensivamente, de persuadir sem manipular diretamente, de convencer sem argumentos.
Nesses tempos de propaganda eleitoral da TV e de discursos do Dunga, penso que é importante compreender melhor o comportamento "falar merda".
Em termos Linguísticos, o falar-merda está relacionado a função enfática da linguagem, que é aquela que preza pela continuidade do vínculo de comunicação, muitas vezes em detrimento da qualidade da mesma. Em outras palavras, quando você não sabe o que dizer e diz qualquer coisa só para manter o ouvinte preso.
Em termos comportamentais, diria que o falar-merda é uma forma reforçar a audiência a partir do próprio ato da fala, em detrimento de reforçadores tais como utilidade da fala em si.
OBS: Talvez por isso tenha nascido o termo "Falar merda", em contraste com "Falar algo bom"; quando se fala algo bom, o ouvinte pode 'comer' o que você disse, mas quando se fala algo inútil... bem, hmmm, ele não pode comer, pois já é merda.
Quer um exemplo de pura falação de merda?
Notem que não dá para discriminar praticamente nada do que ela diz, mas ela continua falando com boa entoação, dicção, com pausa enfáticas, e olhando sem timidez para a câmera.
Ou seja, o discurso dela prende pela forma (mais ou menos, pois ela não é tão boa oradora assim) pois o conteúdo é pura merda!
Cabe aqui algumas discriminações:
a) "Falar merda" não é mentir (mas também não é, necessariamente, falar a verdade)
b) "Falar merda" não é dizer coisas erradas ou burras, pois alguém pode estar citando fatos e idéias formidáveis e ainda assim estar falando merda nenhuma.
c) "Falar merda" está próximo do "papo furado" (como comentar o tempo, o futebol, a vida alheia, etc) e do "jogar conversa fora", com a diferença que o "falar merda" é algo como um discurso que tenta te persuadir de algo, convencer de determino ponto.
Eventualmente, todos falamos merda uma vez ou outra, pois não dominamos todos os assuntos. Portanto, a necessidade de manter a atenção do ouvinte mesmo que você não esteja dizendo nada de útil é uma habilidade social a se aprender e a usar com parcimônia.
Parcimônia sim, porque a melhor forma de manter a atenção de alguém com suas palavras é falando algo que preste!
Ah, claro: e cuidado com os faladores de merda. Quando fazem muito isso é porque, em geral, querem te enrolar e convencer a algo sem argumento algum.
Clique aqui para ler um bom review do livro "Sobre falar Merda".
Ou seja, o discurso dela prende pela forma (mais ou menos, pois ela não é tão boa oradora assim) pois o conteúdo é pura merda!
Cabe aqui algumas discriminações:
a) "Falar merda" não é mentir (mas também não é, necessariamente, falar a verdade)
b) "Falar merda" não é dizer coisas erradas ou burras, pois alguém pode estar citando fatos e idéias formidáveis e ainda assim estar falando merda nenhuma.
c) "Falar merda" está próximo do "papo furado" (como comentar o tempo, o futebol, a vida alheia, etc) e do "jogar conversa fora", com a diferença que o "falar merda" é algo como um discurso que tenta te persuadir de algo, convencer de determino ponto.
Eventualmente, todos falamos merda uma vez ou outra, pois não dominamos todos os assuntos. Portanto, a necessidade de manter a atenção do ouvinte mesmo que você não esteja dizendo nada de útil é uma habilidade social a se aprender e a usar com parcimônia.
Parcimônia sim, porque a melhor forma de manter a atenção de alguém com suas palavras é falando algo que preste!
Ah, claro: e cuidado com os faladores de merda. Quando fazem muito isso é porque, em geral, querem te enrolar e convencer a algo sem argumento algum.
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